terça-feira, 10 de novembro de 2009

Artistas se dividem entre palco e sala de aula

Dentro da universidade, alunos. Fora dela, artistas.

Cada vez mais artistas procuram a formação acadêmica como meio de sobreviver, mas sem deixar a arte de lado. Entre eles, Robson Aparecido da Silva, de 24 anos, estudante do curso de sistemas de informação. Longe dos livros e cadernos, atua e leciona teatro.

Robson conta que desde criança gostou de teatro. Suas principais influências foram a televisão e a vontade de falar em público. Mesmo atuando e lecionando, ele não procura fazer da arte seu ganha pão. Encara isso como uma distração, seu hobby. Não cobra para atuar e muito menos para dar aulas. Faz por prazer. Diz que não têm stress com o teatro, apenas alegrias. É o seu refúgio dos problemas cotidianos.

Já o advogado e estudante de publicidade, Mário Liz, de 27 anos, faz de seus poemas um recurso para complementar sua renda. O poeta concorreu com mais de 35 mil pessoas no prêmio dos 100 anos do 14 bis, conquistando o pódio. Com esse prêmio viajou para vários países e faturou dois mil euros. Mas somente com o direito da arte não é suficiente para suprir todas as necessidades.

Muitos artistas procuram os cursos superiores para ajudar no auxílio da renda. Como é o caso da estudante de jornalismo, Laís Tiburcio Torres, de 22 anos, que é cantora e musicista. Para ela a música é prioridade. "Cresci numa família de músicos. Minha mãe sustenta a família apenas com o direito da arte. Eu toco e canto desde pequena. Quando comecei a tocar em bares tinha apenas 15 anos. Tenho meu trabalho solo e, paralelo á isso um trio de blues rock - Jack Alambique. Decidi optar pela faculdade pra tentar manter uma vida estável para fazer o meu som por aí”, diz Laís.

Mas há quem consiga conciliar a arte aos estudos. Como é o caso do estudante de arquitetura, Tiago Dantas Caldas, de 22 anos, que é desenhista e leciona desde os 15 anos de idade. Em seus trabalhos, se destaca por ter conhecimento em desenho. O desenhista conta que sempre esteve com o lápis e papel na mão, desde criança. A formação acadêmica foi escolhida devido aos conhecimentos que já possuía e que gostaria de ter como profissão.

“Não me imagino fazendo outra coisa a não ser desenhar. Gosto muito de imaginar e desenvolver projetos, sempre procurando quebrar paradigmas. Uso da arte para satisfazer minhas necessidades práticas, estimular e me distrair, mostrar ao mundo como penso e, também, explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas”, conta Tiago.

São vários estudantes que têm habilidade artística, mas que optaram pela formação acadêmica, seja para ter uma vida mais estável, se realizar profissionalmente ou até mesmo conciliar sua vocação aos estudos.

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